Comunicado d@s pres@s independentistas galeg@s, das cadeas espanholas
![](https://www.lahaine.org/skins/asevo/img/espaciador625.gif)
"Desde que nos detiverom a 23 de Julho de 2005, nós @s 2 vemos imagens da Galiza principalmente por meio das televisons espanholas. Assi é que nos demos de conta de que o que a Espanha ve ou quer ver em nós é sempre gente chorando. Se umha vaga de incendios arrasa o território, aparecem imagens de pessoas labregas chorando; se há inundacons, choram comerciantes; se naufragam marinheiros, choram viúvas; se numha vila umha família esfameia e um menino morre de inanicom, mais lágrimas. Achamos que num ano e meio nom vimos nem um/ha so(a) galeg@ airad@ na T.V. Tamém nom vimos nengum rindo.
Nom é que nos preocupe o que pense de nós o espectador espanhol. O que acontece é que esta deformacom mediática exprime um desejo e um propósito do Estado, a materializacom dos quais si nos afecta directamente. Entre outras cousas, mantendo-nos pres@s.
O povo galego nom foi assi tan dócil como se quer pensar na Espanha. Isso sabemo-lo nós, sabem-no os meios de comunicacom galego-espanhóis e sabe-o especialmente a Policía. Que se ignore no estrangeiro e que essa ignoráncia se conserve é labor dela. Na última década, em concreto, a principal expressom radical de resistencia do povo consistiu na proliferacom de sabotagens desorganizadas e anónimas por todo o País, de níveis técnicos diversos e alvos tam amplos quanto as formas em que agridem a comunidade e o território: veículos do exército, sedes do P.P. e do P.S.O.E., projectos de infra-estruturas lesivas coa Terra, escravagistas, especuladores, polícias e jornalistas aditos ao regime f'rom assinalados por accons de sabotagens que socialmente se atribuem a sectores do Independentismo e, em menor medida, anarquistas, por muito que @s activistas da luita ilegal sempre preferírom o mutismo, deixando que os próprios actos se explicassem a si mesmos.
Após dez anos quase sem detencons de importáncia e, em todo o caso, sem nengum/ha activista encarcerad@, a dinámica de luita alarga-se a mais sectores e crece em intensidade e contundencia. Os corpos policiais, pressionados por um governo ansioso por fechar os conflitos revolucionários internos para ocupar-se coas mans livres do Islamismo, aperta o cerco a independentistas e anarquistas, multiplica seguimentos e controlos, e pratica a cada vez mais detencons.Nós @s 2 fomos capturad@s em Santiago e encarcerad@s em prisons madrilenas logo de relacionar-se-nos cum ataque bombístico que o mesmo dia sabotara a sede de Caixa Galicia na capital. Poucos meses despois, as detencons, ordenadas pola Audiencia Nacional a instáncias da Guardia Civil, afectariam a direccom da organizacom juvenil A.M.I., bem como militantes populares e especialmente dos centros sociais. Só a nós @s 2, no entanto, se nos denega a liberdade provisória por enquanto.
Dispersad@s a centenares de quilómetros da nossa Pátria, a muitas horas de viagem das nossas famílias e amizades, a experiencia da prisom tem sido avondo procelosa para nós. Agressons, plantes, dispersom, isolamento, castigos e denúncias tenhem acompanhado o nosso percorrido por diferentes presídios onde nunca deixamos de achar tamém a solidariedade doutr@s pres@s polític@s e tamém d@s galeg@s e internacionalistas que se ocupárom de enviar-nos todos os ánimos e as forcas que pudessemos necessitar. Encontrámos tamém o orgulho e o poder da simples vontade, da simples negacom, e dessa maneira conseguimos pequenas vitórias carcerárias que fam com que, no momento de escrever estas linhas, a situacom esteja estável e sem mais enfrentamento que o que implica que umhas pessoas estranhas nos encerram um dia trás outro nas celas e empecem-nos sair daqui.
Entretanto, o nosso sumário continua aberto e Policía e Guardia Civil pretendem ainda empregá-lo para engaiolar mais independentistas e atribuir-nos a maior quantidade de delitos possível. Por enquanto, desconhecemos tanto a peticom fiscal final quanto a data de juízo, que até poderia celebrar-se no ano que vem cumha prórroga prévia da prisom preventiva.
Quererám que nós tamém choremos, digo eu. Porém, se deixamos de sorrir é por umha breve e bem justificada ira, igual que se deixássemos de construir a Galiza nom seria para chorarmos sobre os seus escombros, mas para defende-la de quem tenta a sua demolicom. Que fotografem isso".
Outono de 2006
Giana Rodrigues Gomes, presa independentista galega no cárcere espanhol de Brieva (Ávila)
Ugio Caamanho Sam-Tisso, preso independentista galego no cárcere espanhol de Cáceres
Aproveitamos para lembrar ao nosso público leitor que o seguinte jantar solidário pol@s pres@s independentistas que Ceivar organizará será no dia 23 de Dezembro, no local social vigues Faísca.
Lá vos aguardamos!
Mais informacom: http://www.ceivar.org