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Galiza :: 12/11/2003

NóS-Unidade Popular ante o 25 de Novembro, Dia contra a violencia machista

NóS-Unidade Popular
PAREMOS A VIOLÃ?NCIA MACHISTA Nengumha agressom sem resposta

NóS-Unidade Popular ante o 25 de Novembro, Dia contra a violencia machista

PAREMOS A VIOLÊNCIA MACHISTA
Nengumha agressom sem resposta

Mais um ano, voltamos a sair à rua a 25 de Novembro para denunciarmos as múltiplas violencias que sofremos as mulheres galegas. Os assassinatos de mulheres a maos de homens, companheiros, parelhas ou maridos, som só a face mais cruel e dura dumha realidade diária e quotidiana neste país: agressons, maus tratos, feminizacom da pobreza, salários mais baixos, violacons, triplas e quádruplas jornadas laborais, trabalho precário e submerso, altas taxas de desemprego, etc. Todas e cada umha destas palavras levam rosto de mulher... e longe de diminuírem, aumentam dia a dia.

Desde criancas, fam-nos pensar que a única violencia possível é a física, -ou a verbal no melhor dos casos- mas, o que acontece com a mulher que cobra menos do que o seu companheiro polo mesmo trabalho?; ou com a moca que nom pode chegar a casa de noite sozinha por temor a umha possível agressom?; com a adolescente que pom em perigo a sua saúde por querer estar tam magra como as top-models; com a trabalhadora doméstica nom remunerada cujo trabalho nom só nom é reconhecido, senom que é minusvalorizado e ridicularizado?; etc, etc... todas e cada umha delas som violentadas na sua integridade e dignidade como mulheres. Mas isso nom som violencias no discurso oficial.

Novamente, sairá à palestra a corrupta e hipócrita classe política para soltar discursos optimistas, falseando a realidade sobre o que chamam "violencia doméstica", como se fosse um problema isolado e com solucons viáveis dentro do actual sistema patriarco-burgues. De pouco servirá umha lei galega contra a violencia machista, se as estruturas que permitem e perpetuam esta injustica nom sofrerem alteracons radicais e de base. Segundo dados do próprio Ministério espanhol do Interior, umhas 170.000 galegas padecem algum tipo de violencia, psíquica ou física, no seu contorno, 94% a maos das suas parelhas. Esta cifra contrasta enormemente com os 177 lugares disponíveis nas casas de acolhida na Comunidade Autónoma Galega, agravada se levarmos em conta que as mulheres só podem estar nelas até 6 meses, tempo mais do que insuficiente para umha mulher, em muitos casos com as suas criancas, poder refazer a sua vida.

De NóS-UP, consideramos fundamental agir em dous níveis diferentes. De umha parte, há que incidir no ámbito educativo e nos meios de comunicacom. Resulta esperpentico observar na TV como justo depois de emitir um anúncio do Ministério de Assuntos Sociais animando as mulheres a denunciarem os maus tratos, logo a seguir, as mulheres som apresentadas, nos diferentes anúncios e programas televisivos, como meros objectos sexuais, reforcando a ideia de sermos só isso: objectos sexuais destinados a satisfazer os homens, os quais se sentem com direito a tocar-nos, agredir-nos, insultar-nos e vexar-nos polo simples facto de sermos mulheres. Se realmente se pretender solucionar o problema, devemos comecar por respeitar a dignidade das mulheres nos meios de comunicacom, um vez que estes som, a dia de hoje, um dos mais efectivos instrumentos de criacom e reproducom da ideologia machista e patriarcal. Nom é por acaso que o Estado espanhol está à cabeca na emissom de programas "rosa", ocupando perto de 50% da grelha televisiva. Assim mesmo, é fundamental que no sistema educativo se introduzam as matérias necessárias para comecar a impartir umha educacom nom sexista, concedendo a estas áreas umha importáncia prioritária, mais alá de serem aulas esporádicas umha vez ou duas ao longo da vida escolar do alunado.

Embora consideremos que a única solucom possível aos maus tratos parte dumha modificacom de raiz das estruturas actuais da sociedade patriarcal e capitalista em que vivemos, sabemos que das instituicons públicas podem ser dispostos múltiplos mecanismos que ajudem as mulheres a denunciarem a sua situacom e a porem-lhe solucom. Impedir, atrasar ou descafeinar a posta em marcha destas medidas converte os partidos do regime em cúmplices, responsáveis e colaboradores da violencia machista que padecemos as mulheres.

De NóS-Unidade Popular reclamamos como medidas urgentes:

- Incremento das casas de acolhida (as 11 que existem som insuficientes, e devemos ter em conta que só se denunciam arredor de 5% das agressons reais que se produzem).
- Servicos jurídicos e de assessoramento gratuitos.
- Plano de insercom laboral destinado a mulheres maltratadas.
- Vivendas protegidas destinadas a mulheres maltratadas.
- Servicos jurídicos especializados e formados por mulheres.
- Cursos de autodefesa no ensino secundário.
- Cursos de autoestima desde o ensino primário.

Sem autoorganizacom, sem autodeterminacom e sem capacidade de autodefesa para luitar, nom vai ser possível fazer frente a umha das violencias mais graves que padecemos as mulheres trabalhadoras galegas.

Nom queremos concluir sem lembrar as oito galegas que perderom neste ano a vida a maos da violencia machista: Maria do Carmo Rodrigues (Mugardos), Cristina Rodrigues (Labanhou), Antónia Borja (Corunha), Erica Álvares (Carvalhinho), Sara Alvite (Mugia), Cándida Fervenca (Moanha) Carme Amado (Ames) e Luz Maria Castillo (Lalim). O ano 2003 ainda nom chegou ao fim mas, no que levamos de ano, as mortes por agressons machistas atingírom mais de 200% a respeito de 2002; onde é que fica a igualdade entre mulheres e homens?

 

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