lahaine.org
Galiza :: 12/03/2004

NóS-UP ante os graves acontecimentos de 11 de Marco em Madrid

NóS-Unidade Popular

PAREMOS A INTOXICAÇOM FASCISTA
NóS-UP ante os graves acontecimentos de 11 de Marco em Madrid

A Direccom Nacional de NóS-Unidade Popular quer fazer chegar à sociedade galega umha série de consideracons em relacom com os graves acontecimentos acontecidos na capital espanhola a 11 de Marco de 2004.

1.- O ataque múltiplo com explosivos contra objectivos civis nos comboios de proximidades em diversas áreas de Madrid, que figérom por volta das duascentas mortes e ferírom várias centenas mais de pessoas, tivo umha natureza indiscriminada e atingiu grande número de trabalhadores/as, imigrantes e estudantes. Além da sua grande magnitude, nom se produziu qualquer aviso prévio, o que confirma que tencionava produzir o maior número possível de vítimas de maneira aleatória.

2.- Os dados anteriores tornárom claro desde o primeiro momento o paralelismo entre o ataque de Madrid e os que nos últimos anos tenhem acontecido em Nova Iorque, Bali, Moscovo, Istambul e outros pontos ao longo do Planeta, todos eles efectivados por organizacons da resistencia árabe em países cujos Governos estám envolvidos em agressons contra povos árabes e/ou mussulmanos como o checheno, o iraquiano, o afegao, ou o caxemir, entre outros. Também o Estado espanhol tem participado e participa activamente em guerras e ocupacons de territórios como o iraquiano na actualiade, que figérom e fam vítimas mortais a diário. Era e é Espanha por isso objectivo declarado das organizacons armadas árabes de resistencia.

3.- A ETA, organizacom armada basca, apontada desde o primeiro momento como sendo responsável polo ataque do dia 11 de Marco, nunca nos seus 40 anos de existencia realizou um de características semelhantes, umha vez que os seus costumam ter objectivos militares claros e sempre avisa da colocacom de artefactos em espacos públicos, o que neste caso nom aconteceu. Além disso, as dimensons da accom do dia 11 ultrapassam em muito as de qualquer accom armada da ETA.

4.- Apesar das evidencias anteriores, a jornada do próprio dia 11 de Marco activou-se umha campanha de linchamento contra o independentismo basco, acusando-o de estar por trás do ataque de Madrid "sem nengumha dúvida", em palavras do ministro espanhol do Interior. Acebes chegou a chamar "miseráveis" aos representantes da esquerda independentista basca que declarárom em conferencia de imprensa a sua conviccom de que a ETA nom tinha relacom com a accom armada na capital espanhola. A coro com Acebes, Aznar e o próprio rei espanhol, todos os responsáveis políticos institucionais apoiárom a tese oficial, dando por feita a origem basca do ataque e agitando as alienadas massas espanholas contra o bode expiatório basco.

PSOE, IU, PNB, CiU, BNG, EA, Aralar, ERC e outras formacons políticas do sistema figérom o jogo em todo o momento à táctica do PP, que desde o primeiro momento apontou para o Norte aproveitando as circunstáncias para assegurar a vitória eleitoral no próximo dia 14.

Na Galiza, NóS-Unidade Popular tivo ocasiom de comprovar o ambiente de excitacom anti-independentista provocada polos meios e organizacons do sistema, vendo proibido polos responsáveis institucionais do local um acto em prol da autodeterminacom que ia decorrer no próprio dia 11 de Marco numha sala de actos do cámpus universitário de Ourense.

5.- Quando já todo parecia dito e comprovado, à tardinha do próprio dia 11 comecárom a trascender novos indícios da origem árabe dos ataques. Mas, apesar da reivindicacom e outros elementos indiciários, o discurso oficial nom mudou. Os meios demonstrárom mais umha vez a sua obediencia aos ditados políticos da oligarquia e a direita espanhola, e mantivo-se a "opcom basca" que tam bem serve aos interesses do Partido Popular, gracas à conivencia das restantes forcas políticas institucionais. Entretanto, os meios de outros estados como Portugal falavam na noite do dia 11 já da origem islamista das accons armadas, como "acerto de contas" árabe contra a implicacom espanhola na coligacom imperialista na guerra contra o Iraque.

6.- Mais umha vez, a esquerda abertzale foi a única a manter umha certa equidade e racionalidade nas horas que se seguírom ao ataque de Madrid, resultando também ser a única fonte fiável frente à intoxicacom informativa cuspida polos diversos meios de comunicacom e representantes políticos. A versom apresentada polos porta-vozes da esquerda independentista basca foi a única que acabou por ver-se confirmada pola realidade dos factos que nesta altura conhecemos, apesar dos insultos com que foi contestada por parte de indivíduos como José María Aznar, Eduardo Zaplana ou Miguel Ángel Acebes.

7.- Contodo, é previsível que o Estado espanhol e o Partido Popular continuem a promover a confusom nos próximos dias como melhor forma de favorecer a sua própria estratégia eleitoral, que lhe permita manter as rédeas do Governo espanhol gracas à submissom das restantes forcas políticas. Inclui-se entre elas a autonomista galega, o BNG, mais umha vez protagonista de um acto de servilismo simbolizado pola obediencia com que cumpriu a ordem espanhola de mudar o horário da manifestacom "contra o terrorismo" na Galiza para a fazer coincidir com a que o Governo do PP organiza na tarde do dia 12 em Madrid. Nom se admitem desvios nem de horário na unanimidade espanhola e reaccionária.

8.- Frente à manipulacom generalizada e promovida por umhas instáncias políticas e económicas bem concretas, as controladas pola direita espanhola, e assumidas por umha oposicom que nom existe; frente ao servilismo discursivo e factual com que o conjunto de forcas políticas do regime servem os interesses da oligarquia espanhola e reaccionária; frente à mentira mil vezes repetida por uns e outros, pretendendo assim converte-la em verdade; frente a todo isso, NóS-Unidade Popular quer manifestar a sua mais enérgica condenacom da suja estratégia com que o Estado espanhol e os seus servos políticos e mediáticos pretendem deslegitimar a luita independentista das nacons presas nesse cárcere de povos chamado Estado espanhol.
Manifestamos também a nossa solidariedade com as famílias d@s trabalhadoras/es, imigrantes e estudantes mortos no dia 11 em Madrid, bem como também com a esquerda independentista basca, vítima de um linchamento mediático só comparável com o acontecido em Julho de 1987 após a morte de um vereador basco do Partido Popular.

9.- Para além de todo o dito, e quanto ao próprio ataque de Madrid, lembramos a responsabilidade do Partido Popular e outros sectores do núcleo duro do Estado espanhol polo seu envolvimento na estratégia imperialista e genocida contra o povo iraquiano líderada polo Pentágono norte-americano ao longo de anos de guerra, bloqueio económico e umha nova guerra de ocupacom que já causou muitos milhares de vítimas inocentes no Iraque. A Aznar e companhia corresponde agora explicar qual é a seguranca que dizia procurar e garantir com a implicacom numha guerra criminosa como a que ainda hoje se prolonga na ocupacom e rapina dos recursos do povo iraquiano.

Se as forcas ditas "da oposicom" assumissem o papel opositor que dim representar, denunciariam desde o primeiro momento a responsabilidade do PP e dos aparelhos do Estado polo ataque do dia 11 de Marco em Madrid, em lugar de alimentar os delírios espanholistas e reaccionários de incriminacom compulsiva da resistencia basca. Mas a realidade é que todas elas preferírom fazer o fim de campanha eleitoral que o Partido Popular necessitava.

10.- Pola nossa parte, e como forca política unitária da esquerda independentista galega, NóS-Unidade Popular continuará a luitar pola liberdade da nossa Pátria, a emacipacom da classe trabalhadora e a superacom do patriarcado, e a manter o combate político contra o imperialismo espanhol e os seus cúmplices, confirmando também todo o nosso apoio à luita da resistencia iraquiana e contra a ocupacom desse país polas forcas do imperialismo sob lideranca ianque.

Para o 14 de Marco, frente o fascismo espanhol representado polo PP, e os seus cúmplices do PSOE, IU e o BNG; NóS-UP reitera a necessidade de nom participar no processo eleitoral. A abstencom activa e consciente é a melhor arma da classe trabalhadora para denunciarmos a natureza antidemocrática do Regime, evitarmos mais retrocessos nos nossos direitos laborais e sociais, e defendermos a autodeterminacom.

Galiza, 12 de Marco de 2004

 

Este sitio web utiliza 'cookies'. Si continúas navegando estás dando tu consentimiento para la aceptación de las mencionadas 'cookies' y la aceptación de nuestra política de 'cookies'.
o

La Haine - Proyecto de desobediencia informativa, acción directa y revolución social

::  [ Acerca de La Haine ]    [ Nota legal ]    Creative Commons License ::

Principal